História e Povoamento

A primeira exploração do território ocorreu no ano de 1633, quando padres jesuítas espanhóis procuravam tribos indígenas para catequizar. Na mesma época, mais precisamente 1636, grupos de bandeirantes, com incentivo da Coroa Portuguesa, percorreram o território em busca de metais preciosos e indígenas.


Esses indígenas eram escravizados e levados para trabalhar nas lavouras dos portugueses que ficavam em São Paulo. No início do século XIX, quando o Rio Grande do Sul passa a fazer parte oficialmente do Brasil, o território de Arroio do Meio era ocupado por indígenas e grupos de posseiros (1).

Em 1816, Ricardo José Villanova, que morava em Taquari, recebeu do governo português uma sesmaria, denominada Fazenda São Caetano, para desenvolver a agricultura. Esta propriedade localizava-se no território do atual município de Arroio do Meio, entre as atuais localidades de São Caetano até o Arroio Forqueta, e do Rio Taquari até os morros de Arroio Grande e Palmas.

Em 1844, Villanova vendeu as terras de São Caetano para outro morador de Taquari, o Capitão Francisco Silvestre Ribeiro. Este, por sua vez, também recebeu do governo uma área que ia de São Caetano até o arroio Jacaré em Encantado, provavelmente por ter lutado em alguma guerra, como a Revolução Farroupilha, por exemplo. Desse modo, ele possuía uma grande parte do território do atual Arroio do Meio. Foi por volta de 1850 que iniciou efetivamente as atividades na Fazenda São Caetano, que nesta época, possuía: casas de moradia, casa de atafona, engenho de cana, plantações, campos e matos. Além disso, na Fazenda trabalhavam empregados do Capitão Ribeiro e escravos.

Com o falecimento do Capitão, seus herdeiros começaram a vender partes da Fazenda São Caetano. Em 1860, Johann Gerhard e seus filhos compraram a parte da fazenda onde hoje se localiza São Caetano. Eles foram os primeiros imigrantes alemães que se fixaram em Arroio do Meio. Em 1861, a parte da fazenda que compreende o espaço entre a Rua Gustavo Wienandts até o Arroio Forqueta, incluindo o atual centro da cidade, foi comprada por Antônio Fialho de Vargas. Ao longo da década de 1860 e 1870 chegam mais famílias de imigrantes alemães, também italianos e outras etnias, que juntamente com os que já viviam na região desencadeiam o efetivo processo de colonização.

Na época, o povoado era chamado Nossa Senhora do Auxílio da Barra do Arroio do Meio e pertencia a Taquari. Mais tarde foi parte de Estrela e de Lajeado, tendo se emancipado deste último pelo decreto estadual nº5759 de 28 de novembro de 1934. A instalação do município ocorre posteriormente, em 02 de janeiro de 1935.

A invocação religiosa no nome se devia à santa padroeira do povoado, hoje conhecida como Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Quanto ao restante do nome, este se deve à localização da sede do povoado e dos vários cursos de água que o cortavam e serviam como via de acesso ao território no início da colonização. A primeira planta do povoado data de 1875, sendo da parte central do local, então situada próximo ao Arroio do Meio, que por sua vez é assim chamado por situar-se entre os Arroios Grande e Forqueta.

(1) Como posseiros entende-se escravos fugidos, descendentes de escravos, tropeiros, fugitivos do Exército e da Justiça, enfim, aqueles que não tinham terra e nem trabalho nas fazendas da região.

Autora: Carla Jaqueline Schroeder - Coordenadora Técnica do Museu Público Municipal de Arroio do Meio

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